Maria Carmen Varejão

Maria Carmen Varejão, ocupante da Cadeira nº 6, da Academia de Letras de Balneário Camboriú.

Prof. Feijo: Em homenagem a Maria Carmen, falecida hoje, publico seu último soneto, escrito há poucos meses. Maria Carmen Varejão foi fundadora, com mais outros amigos comuns, da Academia de Letras da cidade de Balneário Camboriú, onde ocupava a Cadeira Nº 06. Fiz o prefácio de seu último livro, “Confesso”, editado no Rio de Janeiro e lançado em Balneário Camboriú, em 2013, recebendo todo o apoio da Fundação Cultural daquele lindo município catarinense. Maria Carmen era dessas pessoas cândidas, meigas, doces e amigas. Sempre sorrindo se comunicava com todos, numa alegria contagiante. Atualmente, já doente, morava em Itajaí com sua filha e neto, onde costumávamos, eu e minha esposa Glorinha, visitá-la. Quanta alegria ao nos receber! Preparava sempre uma mesa repleta de docinhos e muitas guloseimas… Mas logo vinha o momento supremo daquelas reuniões: as suas declamações. Gostava de me mostrar suas composições, com muitas trovas e sonetos. Maria Carmen adorava sonetos. Que os anjos dos céus, em alegria, contrastando com nossa tristeza, recebam essa poetisa de voz mansa e suave, nas nuvens brancas de seu último soneto:

         AMOR AO SONETO

Meus versos são encanto e desencanto.
Não sei por que, então, eu canto e choro
Modestamente pra cantar, no entanto,
Busco o infinito e numa nuvem moro.

Voando sem parar eu sempre canto!
Amo o soneto! Não resisto, adoro.
Peço-te, amigo, não repares tanto
A métrica! Por Deus eu te imploro!

Ah! Meu poeta, amigo professor!
Cumplicidade peço-te! Favor
Entender essa minha pretensão,

Para que eu possa agora ir pegar
Carona numa nuvem e tentar
Transformá-la num branco coração.

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31/07/2020 20:41 – Prof. Feijo: Em homenagem a Maria Carmen, falecida hoje, publico seu último soneto, escrito há poucos meses. Maria Carmen Varejão foi fundadora, com mais outros amigos comuns, da Academia de Letras da cidade de Balneário Camboriú, onde ocupava a Cadeira Nº 06. Fiz o prefácio de seu último livro, “Confesso”, editado no Rio de Janeiro e lançado em Balneário Camboriú, em 2013, recebendo todo o apoio da Fundação Cultural daquele lindo município catarinense. Maria Carmen era dessas pessoas cândidas, meigas, doces e amigas. Sempre sorrindo se comunicava com todos, numa alegria contagiante. Atualmente, já doente, morava em Itajaí com sua filha e neto, onde costumávamos, eu e minha esposa Glorinha, visitá-la. Quanta alegria ao nos receber! Preparava sempre uma mesa repleta de docinhos e muitas guloseimas… Mas logo vinha o momento supremo daquelas reuniões: as suas declamações. Gostava de me mostrar suas composições, com muitas trovas e sonetos. Maria Carmen adorava sonetos. Que os anjos dos céus, em alegria, contrastando com nossa tristeza, recebam essa poetisa de voz mansa e suave, nas nuvens brancas de seu último soneto:

         AMOR AO SONETO

Meus versos são encanto e desencanto.
Não sei por que, então, eu canto e choro
Modestamente pra cantar, no entanto,
Busco o infinito e numa nuvem moro.

Voando sem parar eu sempre canto!
Amo o soneto! Não resisto, adoro.
Peço-te, amigo, não repares tanto
A métrica! Por Deus eu te imploro!

Ah! Meu poeta, amigo professor!
Cumplicidade peço-te! Favor
Entender essa minha pretensão,

Para que eu possa agora ir pegar
Carona numa nuvem e tentar
Transformá-la num branco coração.

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Prof. Feijo: Em homenagem a Maria Carmen, falecida hoje, publico seu último soneto, escrito há poucos meses. Maria Carmen Varejão foi fundadora, com mais outros amigos comuns, da Academia de Letras da cidade de Balneário Camboriú, onde ocupava a Cadeira Nº 06. Fiz o prefácio de seu último livro, “Confesso”, editado no Rio de Janeiro e lançado em Balneário Camboriú, em 2013, recebendo todo o apoio da Fundação Cultural daquele lindo município catarinense. Maria Carmen era dessas pessoas cândidas, meigas, doces e amigas. Sempre sorrindo se comunicava com todos, numa alegria contagiante. Atualmente, já doente, morava em Itajaí com sua filha e neto, onde costumávamos, eu e minha esposa Glorinha, visitá-la. Quanta alegria ao nos receber! Preparava sempre uma mesa repleta de docinhos e muitas guloseimas… Mas logo vinha o momento supremo daquelas reuniões: as suas declamações. Gostava de me mostrar suas composições, com muitas trovas e sonetos. Maria Carmen adorava sonetos. Que os anjos dos céus, em alegria, contrastando com nossa tristeza, recebam essa poetisa de voz mansa e suave, nas nuvens brancas de seu último soneto:

         AMOR AO SONETO

Meus versos são encanto e desencanto.
Não sei por que, então, eu canto e choro
Modestamente pra cantar, no entanto,
Busco o infinito e numa nuvem moro.

Voando sem parar eu sempre canto!
Amo o soneto! Não resisto, adoro.
Peço-te, amigo, não repares tanto
A métrica! Por Deus eu te imploro!

Ah! Meu poeta, amigo professor!
Cumplicidade peço-te! Favor
Entender essa minha pretensão,

Para que eu possa agora ir pegar
Carona numa nuvem e tentar
Transformá-la num branco coração.

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31/07/2020 20:41 – Prof. Feijo: Em homenagem a Maria Carmen, falecida hoje, publico seu último soneto, escrito há poucos meses. Maria Carmen Varejão foi fundadora, com mais outros amigos comuns, da Academia de Letras da cidade de Balneário Camboriú, onde ocupava a Cadeira Nº 06. Fiz o prefácio de seu último livro, “Confesso”, editado no Rio de Janeiro e lançado em Balneário Camboriú, em 2013, recebendo todo o apoio da Fundação Cultural daquele lindo município catarinense. Maria Carmen era dessas pessoas cândidas, meigas, doces e amigas. Sempre sorrindo se comunicava com todos, numa alegria contagiante. Atualmente, já doente, morava em Itajaí com sua filha e neto, onde costumávamos, eu e minha esposa Glorinha, visitá-la. Quanta alegria ao nos receber! Preparava sempre uma mesa repleta de docinhos e muitas guloseimas… Mas logo vinha o momento supremo daquelas reuniões: as suas declamações. Gostava de me mostrar suas composições, com muitas trovas e sonetos. Maria Carmen adorava sonetos. Que os anjos dos céus, em alegria, contrastando com nossa tristeza, recebam essa poetisa de voz mansa e suave, nas nuvens brancas de seu último soneto:

         AMOR AO SONETO

Meus versos são encanto e desencanto.
Não sei por que, então, eu canto e choro
Modestamente pra cantar, no entanto,
Busco o infinito e numa nuvem moro.

Voando sem parar eu sempre canto!
Amo o soneto! Não resisto, adoro.
Peço-te, amigo, não repares tanto
A métrica! Por Deus eu te imploro!

Ah! Meu poeta, amigo professor!
Cumplicidade peço-te! Favor
Entender essa minha pretensão,

Para que eu possa agora ir pegar
Carona numa nuvem e tentar
Transformá-la num branco coração.

 

Endereço

BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC
Enquanto Membro Efetivo ocupava a cadeira nº 6

Mara Terezinha de Souza

Mara Terezinha de Souza

 

Mara Terezinha de Souza nasceu em Lages/SC em 1952. Participou ativamente da fundação da Academia de Letras de Balneário Camboriú, na qual ocupou a cadeira nº 5 e foi eleita presidente por duas vezes consecutivas. Implantou várias atividades culturais, tais como: varal literário, poesias na praia, sessão de panegírico e sessão da saudade. Seu último trabalho foi o livro ANONIMATO “Palavra Poética Sensual”, publicado em 2012. Seu patronato foi Bento Nascimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 ANONIMATO – poemas de amor e traição, fábrica do livro, Rio de Janeiro, 2012. Faleceu em 23/05/2013.

 

(Jornal Página 3) A poeta e ex-presidente da Academia de Letras de Balneário Camboriú, Mara de Souza, 60 anos, faleceu no final da tarde desta quinta-feira (23/05/2013).
Ela vinha lutando contra o câncer há três anos. Na terça-feira (21) foi internada no Hospital da Unimed, porém, nesta quinta-feira teve o quadro agravado e faleceu.
Mara deixa o marido Marco Antônio Tártaro e três filhos.
No início desse mês ela havia lançado seu primeiro livro de poemas, “Anonimato – Poemas de Amor e Traição”, estava animada e com projetos para futuros lançamentos. Para ela, escrever era uma paixão de infância, para qual sempre voltava quando o tratamento aliviava.
Durante a noite, Mara foi velada na Biblioteca Municipal e nesta sexta continuará sendo velada no Cemitério da Barra. O enterro será às 11h.
A missa de 7º dia da poetisa e ex-presidente da Academia de Letras de Balneário Camboriú, Mara Souza, será nesta sexta-feira (31), às 17h, na Igreja Matriz Santa Inês. Marah faleceu na quinta-feira passada, mas a missa de 7º dia só poderá ser realizada na 6ª, devido ao Corpus Christi.
Ela tinha 60 anos e vinha lutando contra o câncer há três anos. Na terça-feira (21) foi internada no Hospital da Unimed, porém, teve o quadro agravado e faleceu.
(Diarinho) Na quinta-feira à noite fiquei sabendo do falecimento de Mara Souza, poetisa e uma ativista cultural de BC. Ela nunca se abalava com as dificuldades impostas para quem gosta de produzir cultura na cidade. Feito uma Dom Quixote, organizava seus varais poéticos no calçadão da Central mesmo sem o apoio devido …

Poemas originais do texto: ANONIMATO.

A noite vem…
E com ela você.

Impetuoso dono da situação!

Possui-me com desejo
incontido…ardente
eternamente insatisfeito.

Amante apaixonado
penetra-me com seu corpo quente
arqueado por movimentos frenéticos
de prazer incontrolado.

À noite trás você
e você me tem…e tem

A noite vai e com ela você!

Proposta

A proposta da noite juntos
liberta de compromisso do cotidiano
chega suavemente ao meu ouvido
embriagando meus sentidos.

Os jogos do prazer nos envolvendo
correm soltos
pela minha mente.

E a expectativa do encontro
lança cores brilhantes
dos meus olhos.

Denunciando a proposta!

Palco da vida

Fecha-se a cortina.
esvazia-se o palco
os últimos atores saem de cena.

Ficamos sós os dois
livres para viver nossos melhores momentos.

Sós…
tiramos à máscara
despimos nossas fantasias
esquecemos o texto.

Apenas nós…
e o que nos espera
por de trás de toda arte
que é viver e conviver com o estigma
de uma vida dupla.

De múltiplos personagens!

Ausência

Os pensamentos voltados
a você
surgem na hora mágica
do anoitecer.

É quando o silêncio
faz-me companhia
e a saudade torna-se mais sentida.

Tua foto ao lado da cama
sorri para mim
como a pedir paciência.

Mas o desejo…
esse incoerente sentimento
não aceita tua ausência.

Acaso

Meus passos deliberadamente
buscaram-te.
E o destino como cúmplice
ocasionou o encontro.

A atmosfera propícia da noite
nos envolveu, e dos teus olhos,
surgiram lampejos de desejo.

Emoldurando os contornos
do meu corpo com tuas mãos
entreguei-me a efêmera arte dos afagos.

Permitindo acalmar temporariamente
esta sólida e duradoura
paixão.

Vestígio

O vestígio deixado por você
marcou mais uma noite
de encontro.

A toalha molhada exala
o cheiro do sabonete usado.
E o travesseiro amassado ao meu lado
permite sentir sua presença.

E meu corpo
languidamente adormecido
pelo desejo saciado
tem a marca do teu caráter devasso.

O jogo

As labaredas iniciaram sem o toque…
Apenas o som da voz
provocou o incêndio.

O jogo foi marcado
em rápidas palavras.
O espaço destinado ao encontro
seria o mesmo da ultima vez.

E o conclusivo empate
deliberadamente esperado
apagaria o fogo provocado
pela longa separação.

Companhia

O frio das estrelas
tocam-me mais nas noites
que você não vem.

Os raios resplandecentes
da lua branca
está tão distante quanto tua presença.

Na solidão do meu quarto
que na penumbra te espero
tenho como companhia
o raio de luz destes astros
que,  sorrateiros,
penetram no meu quarto.

Noite

Vem a noite
e você se expõe…
Como um animal noturno
você chega.

Faminto de amor
entrega-se sem pudor
como um objeto
para meu uso direto.

E eu totalmente domada
uso…
E me deixo ser usada!

Encontros

Encontros noturnos
com receio e desejos.

A chama queimando
mais forte
que a própria tensão.

A culpa,
inimiga do momento,
recolhe-se.

Os corpos tomados por espasmos
com um único objetivo;

A entrega total
animal
e urgente.

Perfume

Chegas…
como suave brisa perfumada
envolvendo meu corpo
seduzindo meus sentidos.

O cheiro…
exalando a cobiça embriaga-me
destruindo qualquer idéia de fuga.

Impões tua presença,
determinas o tempo,
exiges a união.

E eu…
Frasco vazio de perfume
deixo-me manusear por você!

Noites do mundo

As noites solitárias
do mundo…
dos encontros clandestinos,
da ilusão de novos amores.

Da traição!

A solidão estampada
em cada olhar
com gestos carentes.

Noites de eterna busca
de carinho,
da companhia almejada.

As noites solitárias do mundo
onde te procuro…

Véu

O mistério é desvendado;
O fino véu que cobre a timidez
enrosca-se com as roupas
caídas aos pés da cama.

O corpo nu corresponde
um ao apelo do outro,
transformando-se em
seta e fenda.

A magia que move o desejo
evoca a união;
regendo os sentidos…provocando gemidos.

A entrega
é  como um ritual marcado
sem sacrifícios.

Apenas o prazer impera
na noite que descobre o véu.

Feras libertas

Noites onde o destino muda
e a vida segue outro rumo…

A procura desenfreada por prazer
nos tornam feras libertas,
soltas da prisão,
de comportamentos bloqueados.

Noites de desencontros
de marionetes
que necessitam da ilusão
do torpor para mover-se.

Jogos clandestinos de dados viciados
teatro amador
com papéis trocados…

Sombras

Sentimentos diversos,
dispersos.

Coração acelerado!

Sutilezas, sorrisos,
aparências…

Vida dupla!

Sombra; que solitária
aguarda a hora de aparecer.

Anoitece…
E nós, sombras unidas,
quando  fecha-se a porta.

E a luz fica lá fora…

Desejo

Caia sobre mim
uma chuva de rosas
que desfolhadas perfumavam
nossos encontros.

Caia sobre mim
uma nuvem de perfume
com aroma floral.

Caiam sobre mim
como teu corpo
que ardoroso e quente
cai em noites de paixão!

Momentos

Aceito o sôfrego e inconcebível
estado de deleite que me permite
só por momentos ser compartilhados.

Compactuo como contraventor
tendo consciência das normas
impostas pela vida.

Atuo ofuscada pelo brilho
da tua chegada.
E meu nome soa inaudível
dos teus lábios
enquanto o toque vibra teu ser.

E neste luxuriante encontro
clandestino, desafiamos o tempo
prolongando o êxtase…

Concerto de uma noite

O gemido latente do êxtase
quebra a nota musical
encerrando o concerto.

Separam-se o músico
e o instrumento.

Lado a lado sucumbem os dois
extasiados pelo desempenho harmônico.

Os últimos acordes
ainda ouvem-se no ar
quando a luz se afasta
da penumbra do ambiente.

Aroma

O aroma noturno do mar
nos desperta.
Uma vez mais a realidade
nos aguarda.

A sensualidade do momento
torna difícil a separação.
E os corpos teimam em permanecer
unidos.

Apesar dos nossos apelos
a noite precipita-se.

Permitindo o surgimento da aurora
que ironicamente mancha de tinta florescente
o nosso encontro.

Desfazendo esse sonho!

Saltimbanco

Saltimbanco sedutor
armas tua tenda
exibindo teu poder.

Transgredindo normas
dominas com o olhar
perturbas com o cheiro
e ganhas com o toque.

Expõe tua arte de manipulador
manuseando-me como marionete
que afogueada as suas vontades
entrega-se sem pudor.

E nesta exposição de domínio
levas até o êxtase o teu pertence
extenuando assim qualquer idéia
de rejeição!

Deleite

O teu olhar provocante
insinua com ânsia
um objetivo…

Percorres com ele
os contornos do meu corpo
sem esconder a cobiça.

O objeto de tua predileção
sequiosa do contato
investe afogueado e suplicante
em tua direção.

E mais uma vez o deleite
do contato
evapora-se obsoleto
por entre a porta que se fecha.

Sedução

Insanos seres noturnos
unidos pela força pagã do desejo
procuram-se.

Movem-se seduzidos pelo instinto
marginalizados
pela paixão.

O gemido na noite
torna os sentidos aguçados
servindo como estímulo
ao toque… e a posse.

Como insanos  buscam-se
permanecendo cúmplices no interminável
jogo da sedução!

Solstício

Como solstício retornas
seduzindo-me novamente.

Neste limite do tempo
da tua nova aparição
usas-me como anêmona
solvendo gota por gota.

Manipulas a imaginação
com teus jogos lúbricos
tornando-me protagonista
da tua nova passagem.

E na partida
deixas um aroma afrodisíaco
no meu espaço nevoento
que ansiosamente aguarda
teu próximo solstício!

Consciência

Sentimentos loucos
arroubos de paixão
rudeza de amar.

Fantasias libertam-se
nos encontros clandestinos
de um amor insano.

Preso entre
as grades da consciência
que quando retorna

Cobra e machuca!

Magia

Fecha-se a porta
o espetáculo inicia-se.

Com toque mágico das mãos
hipnotizas minha razão
tornando-me coadjuvante
de teus encantamentos…

A sensualidade calculada
dos movimentos para seduzir
embriaga-me.

O corpo oferece-se como taça de volúpia
esparramando desejos
por entre meus lábios sedentos.

Dois mágicos envolvidos na misteriosa
arte mágica da entrega
tendo como público apenas à noite
e um quarto em penumbra!

Fantoche

Sem noção alguma de ser
ages como fantoche
manipulado pelo desejo inóspito
que te devora o ser.

Manobras as mãos no vazio
contornando com o fogo dos olhos
meus seios que te provocam.

E um suspiro febril te escapa da boca
louca por saciar o beijo
a muito almejado…

E se me tocas não percebes
que meu corpo em brasas
corresponde…e oferece-se!

Atração

A chama do olhar
mantém viva a paixão
que nos encontros acentua.

O desejo escorre como gotas
umedecendo a pele
exalando o perfume.

Serenamente a atração
insinua-se e toma posse
exigindo o toque do corpo.

Nada de palavras
somente os sentidos sussurram
implorando
pelo prazer satisfeito.

Símbolo

O símbolo efêmero
sobressai e expande-se
como labaredas de fogo
sendo atiçado.

Neste instante fugaz
instigado pelo desejo
move-se magistralmente
atirando-se na busca
desenfreada do contato.

O último lampejo do olhar
reflete a agonia do êxtase
provocado pela dualidade
do contato não realizado.

Retrai-se o símbolo!

Lembranças

As lembranças
surgem como fantasmas
atormentando minhas noites
perturbando meu sono
invadindo o quarto.

O teu corpo como um espectro
passa pela porta fechada
para você… e para o amor!

Não respeita a privacidade
dos lençóis… e invade
adulterando minha emoção.

O êxtase deste encontro clandestino
não é marcado por sinais noturnos.
sem ruídos…sem máculas!

Somente o sono prazeroso
deixa evidente sua passagem
por mais uma noite.

Corpo

Corpo que me enfeitiça
quando se roça e foge…
provoca e insinua prazeres proibidos.

Libido aflorada na pele
quando se envolve
em adúlteros atos.

Corrompe pensamentos
dando vazão a eróticas fantasias.
sensualidade no olhar que perturba
e atiça…

Corpo que nas minhas mãos
entrega-se
em noites de orgia!

Paixão

Paixão é um cárcere
de grades feitas de dor
e arroubos de amor.

São noites alternadas
de vazio e presenças
é um estado insano
uma dependência química.

São sussurros no ouvido
gemidos
pedidos de prazer…

É vida reservada entre quatro paredes
é uma busca de socorro alternativo
em noites
onde ela surge dominadora.

Remorso

Nas entrelinhas da noite nosso encontro
torna-se necessário e urgente e
o desejo pungente queima nossos corpos
obrigando-nos ao deleite.

Nos dois seres apaixonados
como náufragos buscando salvação.
Protegidos somente pela ilusão e paixão
que nos tornam cegos.

Noites de encontros fortuitos
Deixando de lado o amargo gosto
Da traição!

Destino

O compasso do tempo
girou a roda do destino
ocasionando o encontro.

A emoção que nos envolveu
foi acompanhada de barulho
intuitivo e cativante do mar.

Deleitamo-nos com a similaridade
da emoção que nos transpassou,
extasiando o momento.

E a musicalidade das esferas
permaneceu atuante
enquanto girou a roda!

Saudade

A ampulheta cai…
determinando a parada do tempo.

O abraço prolongado
traduz o absurdo hiato
entre nossos encontros.

Neste momento  o coração determina a volta
e o corpo reage exigindo a entrega.

E neste eloqüente devaneio
as palavras são desnecessárias
para explicar nossa saudade.

E o tempo como cúmplice
nos acoberta.

Parando …

Simbiose

A mente adormecida fantasia
momentos de intimidade com você.
A libido corre solta, estimulada,
pela imagem a meu lado.

Os contatos não são rotinas
quando a imaginação voa
e a sensação do prazer toma posse.

Nesta estranha simbiose
envolvendo sentidos
o corpo busca a realização
fantasiando-se com você!

E neste encontro de sintonias
agem com mais liberdade
quando de espectador
você passa a ser real!

 

 

Sunrise

O começo da luz amarelada do sol
clareava aos poucos o aposento
denunciando formas adormecidas
sobre a cama…

A nudez revelava o prazer
nos gestos despojados do corpo.

Na semi-inconsciência do sono
uma leve ressonância
estremece o peito contornado
pelo braço languidamente
jogado sobre ele.

Amanhecer ao teu lado
observando teu despertar
povoa meus pensamentos
com as cenas da noite de paixão
vividas a dois.

Sunrise

Ilusão

Encontros…

E novamente a ilusão.
A esperança de acertar
tomando forma.

O dia surge luminoso
e a alegria
estampa-se no semblante.

Desencontros…

Surge a máscara para esconder a dor
e a marionete da vida
continua a balançar-se
na corda bamba
até o próximo encontro!

Maré da paixão

O encanto formou-se devagar.
sem ondas, ruídos.
calmaria…

A sensualidade do olhar
agitou emoções
que docemente cresceu
a cada contato permitido.

O roçar da pele com pele
o crescer do calor
causando rubor.

O encanto formou-se devagar…

O novo sentimento ocupou espaços
provocou sensações
derrubou tabus.

Devagar bem devagar
a maré da paixão subiu!

Laços

Por entre laços e abraços
entrelaçados como bordados
de fitas multicoloridas
nos amarramos e desamarramos
num extasiado composê.

Compondo e decompondo arranjos
nos afagamos carinhosamente
e a misteriosa flor do desejo
reabre aflorando seu perfume.

…e os laços decompostos
caídos ao chão colorem o espaço
que delicadamente nos acolheu.

Sinfonia humana

No momento exato
do nosso contato
na fusão da nossa melodia.

No silencio absoluto do quarto
ouvimos apenas o som do coração
batendo no mesmo tom.

Sinfonia humana!

Harmonia de ritmos afinados
ajustados ao movimento
dos nossos corpos encaixados.

 

Impedimento

O que impede a entrega total
irracional… se teus olhos
suplicam pelo contato.

O que te segura se avidez do toque
provoca  labaredas
que ao acertarem o alvo
expelem gemidos harmônicos…

Por que esitas se a boca entreaberta
busca avidamente
o beijo desejado.

O que evita o ato completo
irrestrito …
Se até o ar que exalas
tem cheiro de sexo!
Convivência

Você …
Não vive comigo
mas convive em mim.

Nos meus poros
no meu cheiro
na minha circulação…

Você…
Não regressa no final do dia.
Mas surge nas noites
onde a saudade toma conta
e o desejo impera absoluto!

Nossa convivência de aparências
e sutilezas…
E os corpos queimando
querendo sempre mais.

Realização

E nos meus sonhos
te encontro…
Após muitas procuras
te encontro…

Abraço e faço amor!

Uso e abuso do teu corpo
percorro parte por parte
adoço minha boca
com teu sabor de chocolate.

Sacio todos os desejos
os mais obscenos e secretos
procuro você e acho, sinto teu cheiro
e entre teus braços me satisfaço.

Com você me hesito
mas somente em meus sonhos
me realizo…

 

Penetra

Embarco nesta viagem como penetra…
Na tua vida me agarro
deixando-te indefeso…

Presa fácil
fico em você transformando-me
em parasita.

Sugo teu gosto
abuso da posse
usufruo o prazer…

Uso…depois
calmamente retorno
desta viagem de prazer!

Ansiedade

Vidas que se cruzam
no caminho do destino.
Encontro conturbado
por recordações…

Gestos e sorrisos indecisos
expectativa e ansiedade.

Lembranças de momentos
compartilhados…
Emoção… e as palavras presas.

Apenas a boca entreaberta
para a fuga do gemido…

Triângulo

Criou-se um triângulo no ar.
A expectativa do desenlace amoroso
jorrava como cores
de um luminoso arco-íris.

No chão
como num jogo sagrado
as mãos percorriam os contornos
do corpo envolto em fagulhas.

O observador estático e receptivo
maravilhava-se com o vislumbre
daquele jogo sensual.

A trama instigante provocava.
E ele absorto flutuava
sentindo-se parte daquele estranho
triângulo a distancia!

“Pra não dizer que não falei de flores”

Pra não dizer que não falei de flores…
Falarei  que o afoito vento
as arrebata voluptuoso
desvirginando-lhes as pétalas…

Indecoroso sopra-lhes ao ouvido
descabidas palavras de amor.
E elas, as flores, ruborizadas
deixam-se seduzir
deleitando-se com o enlace.

Pra não dizer que não falei de flores…
falarei que o êxtase ostensivo do vento
espalha fragrâncias pelo ar
fecundando com insuperável maestria
as frágeis e afogueadas flores.

Falo das flores como mulheres
que se ornam de enigmas
seduzindo o concreto e o abstrato…

Só assim sei falar de flores!

Traição

Imoral
são os fatos corriqueiros
de um amor.

Indecente
são os atos
as palavras
as juras…

sem sentido
são os sentimentos
e as ilusões.

Destrutiva é a traição!
que corrompe
e rompe os laços…

Razão

Paixão!
Cheiro que fica
marca e condena.

Irresistível ela envolve
insinua
justifica o encontro.

Comanda o jogo!

E as peças marcadas
envolvem-se simuladamente
para não despertar a atenção.

Nos lugares públicos
onde o mundo cobra a razão.

Diferenças

No encontro esperado
com buscas e desejos.
Olhos e bocas, mãos e corpo
tornando-se um só.

Pasta homogenia
liberando todo instinto e paixão
que foi contida apenas por imposição.

O desejo liberado…solto…
a chama queimando
a entrega total
o êxtase da primeira vez.

Nossas diferenças?

Apenas nos corpos que se encaixaram tão bem!

Vento

Tem que ser o vento!
Inquieto…perturbador…sensual.
Quentes nas noites de verão.
Frio e intrépido nas tempestades de inverno.
Suave e carinhoso em época de calmaria.
Tem que ser o vento!
Que trás o perfume das flores
O cheiro da maresia.
Os grãos de areia que cobrem a calçada
em manhas de caminhada.
Tem que ser o vento!
que brinca com meus cabelos
Meche com meus sentimentos
e movimenta a janela do  quarto
sem pedir licença…
Tem que ser o vento
que me trás recordações…

Encontro I

Quatro paredes.
Uma cama.
E a luz do abajur acesa.

Cenário adequado para encontros!

Os passos no corredor
o perfume
que antecipa a chegada.

Abre-se a porta…
E a paixão explode!

Fantasia II

Amei você
De todas as formas e maneiras.
Usei o tato, o olfato e todos os sentidos.
Amei você
Em encontros casuais
onde a chama do desejo
acendia de um simples olhar.
Amei você
Nas madrugadas claras
de baixo do céu estrelado.
Em noites onde a chuva fina
percorria nossos corpos colados.
Amei você
Entre as arvores e o chão
coberto de folhas úmidas de orvalho.
Amei você
Na minha cama vazia e…
na minha fantasia!

Mãos

No jogo da sedução
o corpo expõe a emoção.

As mãos
instrumento de cobiça
bailam em movimentos sensuais.

Envolvendo e suavizando
comandam as peças do jogo.

Ora passivas…ora ativas…

Buscam
e o corpo aceita:
este enigma de poder
irreverente e sedutor
que envolve tuas mãos.

Mágoa

Os olhos desviam
evitando o encontro.

Passos mudam
e o rumo do destino
é adulterado.

A dor espalha-se rapidamente
penetrando no corpo
como um veneno.

Reagindo a essa invasão
ele cria a mágoa
que, como terrível posseira,
permite apenas a evasão das lágrimas.

E com elas sorrateiramente
fogem os sonhos também!

Teatro da vida

A porta fecha-se.
Cerram-se as cortinas.

Acende-se a luz fraca do abajur.
E a música insinuante das alcovas
começa suavemente a tocar.

Despimos a roupa
e nos mostramos sem pudor
ao seleto público
que no espelho reflete.

O palco redondo nos acolhe
e o malabarismo perfeito
das nossas posições causam frenesi
na platéia imaginária.

Atingindo o clímax da nossa performance
com merecidos aplausos, gritos de bis e ovação,
encerramos nossa representação!

Momentos

Aceito o sôfrego e inconcebível
estado de deleite que me permite
só por momentos compartilhados.

Compactuo como contraventor
tendo consciência das normas
impostas pela nossa vida.

Atuo ofuscada pelo brilho
luzido da tua chegada.
e meu nome soa inaudível dos teus lábios
enquanto o toque vibra o teu ser.

E neste luxuriante encontro clandestino
desafiamos o tempo…prolongando o êxtase!

O jogo

O jogo foi marcado
em rápidas palavras.
O espaço destinado
seria o mesmo da última vez.

As labaredas iniciaram
sem o toque.
Apenas o som da voz
provocou o incêndio.

E o conclusivo empate
deliberadamente esperado
apagaria o fogo provocado
pela longa separação.

Tatuagem

O amor marcado
como camuflada tatuagem
visível apenas à luz da noite
e no cenário adequado.

As cenas de sedução
desvendam segredos
que amantes guardam entre si.

A obsessão pela posse do corpo
amadurece desejos criando enigmas
para próximos encontros.

Quando novamente o sinal tatuado
queima e exige em ambos…

Amante

Sou completamente
amante do amor…

Amo plenamente
com a decisão solene
que meu amor será eterno.

Amo a cada instante que vivo
amo o contato o fogo que explode
a insensatez das palavras
as relações conturbadas
a calmaria depois do amor.

Neste amar desenfreado
sem nada premeditado
entrego-me às fantasias
de amar sem ser amado.

Sonho compartilhado

Não se sonha só…
Não se sente os beijos
e os carinhos só…

Não se compartilha o mesmo desejo
na harmonia recíproca de um sonho
sem que o outro lado esteja em cumplicidade.

Não se acorda só
não se sente o calor de uma presença
e o lado da cama marcado
sem que haja uma sinfonia de almas!

Imposição

Nossa cama…
Palco de tanta paixão!

Corpos nus entrelaçados
em posições eróticas.
Fantasias correndo soltas
palavras, gemidos e sussurros
Jogados ali no quarto
como nossas roupas.

E nós na noite…
satisfazendo desejos
contidos durante o dia
por  uma imposição!

Ilusionista

Brota na escuridão da noite
e mundano acende…

Constrói ilusões
manipula desejos
cria enigmas…

Como labaredas
inflama… arde…
Espalha néctar aquoso
e acalma!

Some na luz do sol
deixando seu rastro de ilusionista
por entre as quatro paredes
até o próximo show!

Caça e caçador

O interminável  jogo da caça
Seduz…
Cria estratégias
domina a presa pela emoção.

As palavras insinuantes
são como emboscadas
enroscadas uma a outra
elas seduzem e cegam.

A arte do olhar hipnotiza
aproximando e equilibrando o jogo.

E os gestos como válvulas de escape
tocam, insinuam e prendem
a caça e o caçador!

Fantasia

O som febril da noite
trouxe a paixão arrebatadora.

Os lábios sequiosos de beijos
deixavam escapar fantasias
acompanhadas de gemidos.

Os movimentos simétricos
dos corpos nus embalados pelo desejo
acompanhavam o ritmo frenético
das batidas do coração…

E o adocicado torpor
chega atingindo o clímax
animalizando o ato!

Xeque-Mate

A volúpia tatuada que marca tua pele
transpõe os limites da imaginação
e chega como um sinal
identificando sensações.

Os gestos sôfregos dos teus movimentos
inspiram fantasias incoerentes
produzindo efeitos apoteóticos.

O brilho ávido do olhar impõe e determina.
demonstrando a busca intensa
pela paixão sem  precedentes.

E o impulsivo jogo das palavras
predominam e dominam tua vida
como num eterno xeque-mate!
Consciência

Sentimentos loucos
arroubos de paixão
noites clandestinas
de um amor insano.

Preso entre as grades
da consciência
que quando retorna
cobra e machuca…

Abuso

Quando a noite vem
e a solidão aumenta
você chega…

Instala-se e abusa.
Corrompe tudo com sua presença.
entra na minha vida
polui meu ar
alimenta meus sonhos.

Você chega
quando a noite vem.
E você vai…
Chega e vai…

Fotografia

Olho para você na fotografia
e tua imagem parece sair…criar vida.
Vem aos poucos sorridente
toma conta de mim…seduz.
Dono total da situação
homem envolvente conquistador.
Ilusão, magia, sonho? Não sei!
Momentos mágicos, fatos marcados.
contatos vivos, reais, ardentes…
Prazeres e desejos satisfeitos
volto a olhar para você
que ao meu lado é apenas uma fotografia!

Destino

Será o destino correto
pregando peças
criando ilusões
agindo como posseiro
dos nossos sentimentos?

Estamos acorrentados
e o destino
montando o jogo.

Criando e desfazendo pares
adulterando paixões .
Brincando com amores
tomando iniciativas de encontros
que nada tem de casuais.

Como fugir desta roda
que envolve e manipula minha vida?

Ausência

Aperta-me esta ausência
e o silêncio envolvente sufoca
mas não mata.

Antes acabasse rapidamente
como o vento depois da tempestade.

Ausência doente, sofrida
não planejada mas existente!

A tua ausência torna-me impotente
e acaba com meus sentidos
deixando um vazio constante
como eterno acompanhante!

Procura

Te procuro
por ruas desertas
vazias de sonho e de vida
ocas de sentimentos e de emoção.

Te vejo em rostos estranhos
em corpos anônimos
que se arrastam ao meu lado.

Te procuro…

O vento me trás teu cheiro
e isso me desespera
olho em volta
somente o silêncio parece apiedar-se
fazendo-me companhia.

Imaginação

Amo você só em sonhos…
Amo com o nada
com a forma disforme
abstrata, irreal
imaginária

Junto pedaços
colo partes, te formo aos poucos,
monto um quebra-cabeça
até conseguir um todo.

Permaneces ao meu lado
nesta louca viagem
de fantasia e delírio
enquanto dura o amor…

Somes devagar
evaporando como nuvens
até se tornares o nada
o vazio…o sonho…

Ousadia

Quem te deu o direito
de entrar na minha vida
sem a minha permissão!

Fazer parte do meu mundo
entrar na minha pele
e acender meus desejos.

Quem foi que disse
que eu queria te amar
e ficar agora assim
totalmente envolvida
e assumida na tua vida…

Procura  II

Te procuro
no meu mundo solitário…

Nas noites de chuva fria
no barulho do vento
batendo na minha janela
como a pedir abrigo.

Te procuro
nas noites de lua cheia
nas formas encantadas
que vagueiam  pela noite.

Te procuro
entre meus pertences
que vagamente tem teu cheiro
e na minha cama vazia…

Vazio

O espaço
vazio e frio da cama
não marca mais tua presença.

Somente o cheiro permanece
magoando meus sentidos.

E o vento invadindo
as frestas da janela
confirma com o ruído
a minha solidão!

Enigma

És de todo o meu amor.
A efervescência da matéria
os desatinos, os constantes erros
a euforia da espera.

És o dissipar-se da consciência
a eterna inconstância das minhas loucuras
meus devaneios da madrugada.

És o meu relento
o sonho compartilhado
a válvula de escape
minha noite de perdição!
Ritual

De todas as coisas
que quero fazer com você
uma delas é…

Dançar até o amanhecer!

Dançar sob a luz da lua
Nua…
Uma dança pagã
envolvida em contorcionismos.

Rodar ao teu lado
exalando odores afrodisíacos
e como num ritual antropófago, você,
o prato principal deste banquete
exposto no centro de tochas vibrantes.

De todas as coisas
que quero fazer com você
uma delas é…

Fantoche

Sem noção alguma de ser
ages como fantoche
manipulado pelo desejo inóspito
que te devora o ser.

Manobras as mãos no vazio
contornando com o fogo dos olhos
meus seios que te provocam.

E um suspiro febril
te escapa da boca, louca,
por saciar o beijo a muito almejado.

E se me tocas não percebes
que meu corpo em brasas
corresponde… e oferece-se!

Algemas

Esse sentimento de plenitude
e devoção constante a você
mantem-me prisioneira
obedecendo como devota
os mandamentos deste amor.

Doce reclusão e ansiosa espera
por esta afinidade noturna
fragmentada por isolamentos
que a vida nos impõe.

E nesta condição de cárcere privado
subjugada as tuas algemas
aceito e compartilho a prisão mágica
por ser a contraventora deste amor.

Apelo

O som mágico das ondas do mar
penetram pela fresta da janela
e a suave brisa, como companheira,
balança suavemente as cortinas rendadas.

A música que se insinua desta união
é como flauta tocada com maestria
manuseando desejos e emoções
no corpo novamente despertado.

O ruído sensual com gemidos sinfônicos
é um convite a prazeres noturnos
criados na mais casta imaginação.

O apelo do mar, erótico e carinhoso
como beijos aquecidos pela entrega.
suaves e lentos como movimentos
do prazer adormecido.

Solidão

Solidão
que espreita e invade
tornando-se obsessora

Solidão
dos teus hiatos
da ausência da tua presença
marcada em cada minuto.

Solidão
da expectativa
da ilusão da promessa
da esperança…

Que teu retorno
afaste esta sombra funesta
expurgando toda dor!

Beijo

Languidamente passo e repasso
a língua por entre meus lábios
buscando neles a sensação
do teu inesperado beijo…

O primeiro contato
a maciez
o adocicado sabor
e a volúpia imposta por ele.

Marcou…

Causou rubor
despertou meu corpo
acordou desejos
revelou  sentimentos.

Mistérios

Quando a noite surge
misteriosa e conspiradora
propiciando encontros clandestinos
cruzamos nossos caminhos.

Como um sinal traçado
no livro do destino
vivemos os dois prisioneiros do tempo
cabalístico das nossas vidas.

E a noite escreve mais uma estória
virando as páginas marcadas
carregadas de mistérios…

Final

O relógio marcou o fim.
O despertar da fantasia.

Apressados
recolhemos roupas e objetos
que disciplinados
aguardavam no chão…

Na penumbra
um último abraço e a promessa
do próximo encontro
naquele quarto de motel.

Os olhos encontram-se
relembrando os momentos
e o sorriso escandaloso denuncia
a luxúria que aquele quarto presenciou…

Esperança

Não adormeço, apenas fecho as pálpebras.
E o batimento do coração parece cúmplice
afastando meu sono.

Sinto-o batendo como a me dizer
que ainda estás aqui.
Mas em vão te procuro
e apenas o espaço vazio, mostra a realidade.

Fugaz é a noite que nos dá ilusão
que nos prende neste emaranhado
de tolos pensamentos acompanhados
pelos acordes ilusórios do coração.

Fecho as pálpebras…
E como você… o sono não vem.

Atores

Fecha-se a cortina.
O palco esvazia-se,
os últimos atores saem de cena.

Ficamos só os dois
livres para viver
nossos melhores momentos.

Sós…

Tiramos a máscara
despimos nossas fantasias
e esquecemos nosso texto.

Apenas nós…

E o que nos espera
por de traz de toda arte
que é viver e conviver
com o estigma de uma vida dupla
de múltiplos personagens.

Volta

O sonho realizou-se…
Novamente nossos caminhos
encontraram-se, marcando a volta.

O prazer prolongado como prêmio
pela espera pacífica nos envolveu
e o sentimento que nos une, voltou.

Nós dois
predestinados pelas escrituras
a serem um só.
cármico destino que te fez voltar…

Destino

O destino unindo
o que os caminhos erroneamente
separaram…

Você e eu
células que se completam
paixão recíproca, verdadeira
onde nem mesmo a distância separou.

Encontro

Desse encontro inusitado
surgiu como encanto
uma paixão repentina
acordando meus sentidos adormecidos.

Os corpos gerando energia cósmica
espalhavam como estrelas cadentes
fagulhas luminosas pelo chão.

Os olhos presos um no outro
não disfarçavam a alegria
prolongando o êxtase do encontro.

Desenho na mente aqueles momentos
e transfiro a cena para meu quarto solitário
tentando desesperadamente eternizá-los…

Fragilidade

É extremamente inaceitável
que a felicidade seja tão fugaz.

É inconcebível que momentos
tornem-se apenas “momentos”
vidas  interrompidas pela fatalidade.

A realidade torna-se tão arbitrária
quando somos jogados a situações irônicas
como pêndulos movidos pelo ar.

O que nos torna adaptáveis, sensíveis
frágeis aos sentimentos humanos
se não nos é permitido amar…

 

Esperança

Por dentre as grades
Que me separam de você
Recebo um tênue raio de sol
Que me mantém lúcida.

Agarro-me a essa luz na esperança
De que as grades caiam
O sol brilhe por inteiro
E você volte pra mim…

Cassino

Mais uma pedra que cai!
Uma jogada errada
mal planejada e a sorte desaba.

Cai a pedra, desfaz-se o jogo!
Neste estranho cassino que é a vida
onde não existe empate ou perdedor
apenas derrotados…

Máscara

Cai a máscara!
E o personagem bucólico
sente-se atônito e inseguro
diante da nudez iminente.

Buscando o equilíbrio, ele segue em frente
e  de seu semblante forma-se uma estranha espressão.
Continua a cena…

As roupas coloridas
que cobrem o espectro esvoaçante
continuam a seduzir a platéia
diante da magistral interpretação.

E o arlequim rodopia
trocando a máscara caída
pela coragem de mostrar
a verdadeira cara pra vida…

Anonimato II

Chega o final da peça…
Todas as falas apresentaram-se
como deveriam ser ditas.

Por muito tempo o anonimato
da máscara escondeu o personagem
e a vivencia anônima de um amor
permaneceu incógnito…

Mas a trama do autor prevaleceu.
E tudo aconteceu como estava previsto
revelou-se o enredo e o final demonstrou
a fortaleza de um sentimento guardado.

O amor se faz acontecer
mesmo que fora dos padrões da convivência
da conivência ou da razão…

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HOURS CONCURS – TROVAS DO CONCURSO DE TROVAS “MARA SOUZA”
REALIZADO PELA ACADEMIA DE LETRAS DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ.

Número cinco, a cadeira
que Mara Souza ocupou,
é cinco, mas é primeira,
pelo que Mara criou.
(autor desconhecido)

Em longínquos universos
meu pensamento repousa.
Neles vejo, a fazer versos,
a poetisa Mara Souza.
(autor desconhecido)

Hoje, a sessão da saudade
Mara Souza vem louvar,
coração guarda amizade
que a alma soube semear!
(autor desconhecido)

Mara Souza fez demais,
fez atividades mil…
“Anonimato”? – Jamais:
foi marcante no Brasil!
(autor desconhecido)

Mara Souza está distante.
Deixou de fazer seus versos.
Nada disto. Quem garante?
Os faz num noutros universos.
(autor desconhecido)

Mara Souza com seu verso
nos encantou de verdade!
Hoje no nosso universo
vive a sessão da saudade.
(autor desconhecido)

Mara Souza, hoje saudosa,
foi honrada Presidente.
Ao nosso universo prosa
lançou em versos semente.
(autor desconhecido)

Mara, amiga, sei que estás
no céu, compondo mais trovas,
e que não esquecerás
de nossa amizade, as provas!
(autor desconhecido)

Criativa, a Mara Souza
– acadêmica incansável –
junto aos Anjos, não repousa,
usa o talento impecável.
(Dodora Galinari- BH)

Endereço

BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC
Enquanto Membro Efetiva (Fundadora) ocupava a cadeira nº 5 e foi presidente por duas gestões consecutivas.

Sueli de Souza Cagneti

A administração deste site, querendo manter atualizadas as páginas, de cada um de seus membros, sem qualquer custo, solicita a postagem do seu currículo e matéria pertinente, através do e-mail academia@albc.com.br para que sua história, através desta Academia, possa se manter viva para sempre.

Suelen Andrade Santos

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Sonia Regina Reis Pegoretti

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Maria Vilde Rodrigues Pinto

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